MEMORIAS DE UMA VIAGEM DE SONHO

Quando no início de 2008 se levantou a questão de fazer um cruzeiro, pensei logo: será que vou gostar? Será que este tipo de viagem não será para quando for mais velha? Até então habituada a fazer várias viagens normais (de avião) nunca tinha colocado os cruzeiros como hipótese, também porque eram timbrados como quase inalcançáveis em termos monetários para a maioria de nós. O certo é que essa realidade mudou e hoje em dia os cruzeiros estão bastante acessíveis e verifica-se que é um turismo em expansão. É de salientar que os extras a pagar no cruzeiro são as taxas portuárias e as gorjetas.


Em Maio desse mesmo ano embarquei com toda a família no cruzeiro “Brisas do Mediterrâneo” da Pullmantur, a bordo do SS Oceanic (actualmente Peace Boat), numa volta que seria uma das suas últimas, visto que era um navio construído em 1965 e em breve seria substituído por outro mais recente. Depressa a minha opinião sobre cruzeiros mudou porque se entra num mundo encantador. Os navios de cruzeiro são pequenas (grandes) cidades flutuantes onde nada falta e a atenção que nos é dispensada tem de ter algum efeito. O sistema da Pullmantur de “tudo incluído” é uma vantagem no sentido de não nos termos de preocupar com mais nada dentro do barco, ali passa a ser a nossa casa durante uma semana, a única preocupação é tentar arranjar algumas horas para dormir porque entre as visitas às cidades e a vida a bordo, pouco resta para o descanso.


Como a primeira experiência navegou lindamente, em Outubro de 2009 a família repetiu a dose nas “Ilhas Gregas e Turquia”, desta vez no MS Empress também da Pullmantur, um navio de 1990 que fazia parte da frota da Royal Caribbean que em 2006 adquiriu a Pullmantur. É muito interessante tentar perceber um pouco como funciona internamente um cruzeiro, as quantidades de mantimentos que eles adquirem no início de cada viagem para toda essa semana, os cuidados que têm com o barco durante todos os dias, como pintura, lavagem, etc, a segurança que existe, a simpatia que nos transmitem apesar de quase toda a tripulação (de nacionalidades diversas) só ver os seus familiares mais ou menos de 6 em 6 meses e de trabalharem de 15 a 18 horas por dia. As noites são sempre diferentes, existem vários artistas e cada noite é uma actuação. As ementas são ricas e diversas e no restaurante há sempre a mesma mesa marcada para todas as noites com os mesmos funcionários, com quem se vai ganhando uma amizade e quase todas as noites são temáticas, onde convém ir vestido a rigor (gala, tropical, árabe, etc) e na noite anterior somos avisados do traje do dia seguinte através dos panfletos diários deixados nos camarotes.



Definitivamente, os cruzeiros são uma opção de viagem para pessoas mais jovens e uma modalidade vantajosa para conhecer vários sítios em pouco tempo e ficar bem instalado. O navio Empress a partir de Setembro fará escalas em Portimão e vai ser muito saudoso vê-lo por cá, mas embora seja um barco muito bonito, imponente e com todas as condições, não há amor como o primeiro…

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