domingo, 29 de janeiro de 2012

OBRIGADO A R M A S

Tal como já havíamos noticiado, hoje é um dia de tristeza para muitos madeirenses e algarvios.


Com efeito a Naviera Armas encerra as suas escalas em Portimão,  por motivos alheios á própria companhia.

Balcão da Armas no terminal de Portimão
Foram quase 5 anos em que os seus navios transportaram dezenas de milhares de passageiros e viaturas, para além de todo o volume de carga rodada.


Ultimos atrelados a serem embarcados em Portimão
Por notícias que nos chegaram, ontem estiveram muitas dezenas de madeirenses no porto do Funchal, aonde puderam manifestar o seu descontentamento com o encerramento desta linha.


Também hoje em Portimão largas dezenas de curiosos acompanharam a chegada do VULCAN de TIJARAFE, nesta que é a sua última escala em Portimão.

As fotos que aqui apresentamos e obtidas esta manhã, ficam como registo para "memória futura" neste processo que, esperamos nós possa num futuro não muito longe ter outro desfecho. 
Neste momento de tristeza, nada melhor do que transcrever neste blog as palavras de Luis Filipe Jardim, director da revista "Cruzeiros" , grande jornalista madeirense e um verdadeiro apaixonado pelos navios e causas do mar.

""Obrigado Naviera Armas por estes anos de ligações ferry. Obrigado pela oportunidade dada aos madeirenses na Madeira, e aos madeirenses no continente de poderem viajar de e para a sua terra natal sem ser apenas de avião. Obrigado por nos teres dado navios modernos e operações adequadas aos tempos. Obrigado Armas, obrigado Canárias, obrigado Espanha. Infelizmente, não posso agradecer a um armador português, à minha ilha ou ao meu país. Portugal parou no tempo, também no sector dos transportes marítimos. Parou ou regrediu. Em 2008, a Armas oferecia à região e a Portugal o primeiro e único serviço ferry, passados 30 anos do fim das ligações marítimas de passageiros entre a Madeira e Lisboa. Portugal andou para trás no que o tornou na grande Nação que foi, o MAR! Infelizmente, tristemente, nem mesmo com mar à porta se sabemos aproveitar essa oportunidade natural. Nem saber receber quem nos dava a oportunidade de sermos menos "ilhéus", leia-se, menos isolados. A marinha mercante portuguesa, ou transportes marítimos, vive hoje apenas das carreiras da Madeira e dos Açores e algumas ligações para os arquipélagos africanos. A bandeira portuguesa flutua pelo mundo fora, sobretudo, ou exclusivamente, graças ao registo internacional de navios da Madeira. Que bem haja, sempre. De resto é ver a bandeira e o registo português em alguns porta-contentores. A evolução do transporte marítimo de carga convencional ficou-se por essas unidades que carregam caixas multi-colores. Nos anos 70, CTM e CNN, extintas na década seguinte para dar lugar à Transinsular e à Portline, respectivamente, passaram dos navios de carga geral para os porta-contentores e ficaram-se por aí. A experiência de navios roll on/roll off reduziu-se a um pouco sucedido Cidade de Funchal. Vá lá que recebeu o nome da capital madeirense... mas pouco tempo foi utilizado numa operação que morreu quase à nascença. Os armadores não quiseram saber de navios ferry no transporte de cargas rolantes, automóveis e passageiros, ao contrário da vizinha Espanha e dessa Europa fora. Madeira e Açores são as únicas ilhas dessa Europa apegada ao controle orçamental onde os seus cidadãos apenas podem viajar para o continente de avião. E ninguém em Portugal quis saber destas operações ferry que não são mais do que um prolongamento de uma auto-estrada. As auto-estradas marítimas das ilhas. Uma operação ferry é um serviço rápido para passageiros, automoveis e mercadorias. Um serviço limpo, verde, amigo do ambiente. Com poucas intervenções de trabalho portuário, rápido, de fácil acesso até ao destino final de pessoas e bens. Durante a operação da Armas, tivemos oportunidade de conhecer o que é esse serviço, tal como já tinhamos visto com os ferries da Porto Santo Line. A opção ferry deve voltar a bem da Madeira, a bem de um Portugal que deve voltar ao mar com uma nova estratégia. Os tempos da tradicional estiva acabaram. Os tempos da exclusividade dos contentores têm de acabar. Infelizmente, volto a ter vergonha de ter de dizer a europeus que querem visitar a Madeira que não podem chegar ao Funchal com o seu próprio carro. Infelizmente, perdemos a primeira e única linha ferry do Funchal para o continente. Por um conjunto de razões que o tempo dirá. Obrigado Armas. Que não sejam necessários mais 30 anos à espera de um navio de passageiros para o continente! ""

Aqui ficam registadas as fotos desta última escala do VULCAN de TIJARAFE em Portimão, num processo que esperamos nós mais uma vez, venha ainda a ter um outro desfecho, para bem do Algarve, da Madeira e porque não, de todos aqueles que vêm no mar e nos navios um excelente alternativa para viajar.  
  
                                         
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fotos  : António Silva e Helena Rita

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

NAVIERA ARMAS ANUNCIA ABANDONO DA LIGAÇÃO POR FERRY PORTIMÃO-MADEIRA-CANÁRIAS

Com a devida vénia transcrevemos na íntegra a notícia hoje públicada pelo Jornal online "Sul Informação".


O armador espanhol Naviera Armas anunciou que vai abandonar a ligação por ferry entre Portimão e a Madeira já a partir do próximo fim de semana, situação que está a ser acompanhada com preocupação no Funchal e no Algarve.

Segundo a edição online do Diário de Notícias da Madeira, a Naviera Armas enviou na manhã de ontem uma informação aos seus maiores clientes naquela região autónoma a anunciar o fim das suas operações entre a Madeira e o sul de Portugal.

«Salvo mudanças imprevisíveis de última hora, a Naviera Armas realiza no próximo fim-de-semana a sua última viagem regular Funchal-Portimão-Funchal», revela a nota enviada por correio eletrónico e assinada pelo diretor da linha Javier Garcia, citada pelo DN/M.

Manuel da Luz, presidente da Câmara de Portimão, disse ao Sul Informação que esta autarquia está «a acompanhar com muita preocupação» o caso, já tendo mesmo pedido «informações oficiais» ao armador espanhol.
«Se tivermos informação oficial, apesar de não se tratar de um tema da jurisdição municipal, poderemos fazer um alerta junto do Governo», sublinhou o autarca portimonense.

Manuel da Luz acrescentou que, «se se concretizar, o fim do ferry Portimão-Madeira-Canárias será uma má notícia não só para Portimão, mas para todo o Algarve, dado o sucesso que o navio estava a ter, ao nível do transporte de passageiros, veículos e carga».


Só no ano passado, o ferry da Naviera Armas, na sua ligação semanal regular entre Portimão, a Madeira e as Canárias, transportou mais de 22 mil passageiros, cerca de nove mil veículos ligeiros e 4.500 veículos pesados (carga rodada).

Esta ligação é considerada importante para a viabilização do porto de Portimão, que se tem vindo a afirmar como porto de cruzeiros, e que via na operação da Naviera Armas uma peça fundamental ao nível dos movimentos de passageiros e mercadoria.

Na base da decisão de acabar com a linha de ferry que, desde 2008, liga as duas regiões portuguesas, estão as dificuldades de operação no porto do Funchal, sobretudo depois de terem sido levantados obstáculos de segurança à utilização do novo ferry da empresa das Canárias, o «Volcan de Tinamar», que no verão passado chegou a estar em operação.

Além disso, segundo apurou o Sul Informação, o Porto do Funchal aumentou de forma «muito significativa», em setembro de 2011, as taxas de operação, o que desagrada aos armadores.

A nota enviada aos clientes não revela se este abandono inclui as ligações entre Madeira e Canárias. No entanto, desde 31 de março do ano passado que o armador opera uma ligação regular entre as Canárias e o porto de Huelva, na costa sul meditterânica de Espanha, pelo que se presume que o interesse da ligação Portimão-Madeira-Canárias está posto de parte.

Segundo o Diário de Notícias da Madeira, «os pilotos em serviço no Porto do Funchal elaboraram um relatório em que dão conta das suas preocupações em relação à manobra do novo navio no terminal ferry do Porto do Funchal, considerando não haver condições de segurança».

O novo navio «Volcan de Tinamar», considerado de última geração, tem cerca de 180 metros de comprimento, mais 25 metros que o ferry «Volcán de Tijarafe», que opera nesta linha desde 2008.

O «Volcán de Tinamar», que deveria ter entrado ao serviço em junho do ano passado, permitiria duplicar a capacidade de transporte de carga e de passageiros, passando das atuais 600 para 1200 pessoas por viagem.

Segundo anunciou a companhia em março do ano passado, o reforço de qualidade na ligação entre o Algarve, a Madeira e as Canárias justifica-se pelo acentuado crescimento da procura. Mas o braço de ferro com as autoridades madeirenses pode deitar tudo a perder.

Na Madeira, o caso está a provocar inúmeras reações de desagrado e tornou-se no mais comentado das redes sociais.

O líder parlamentar do PS da Madeira entregou, esta manhã, na Assembleia Legislativa madeirense, um requerimento para constituição de uma comissão de inquérito, para clarificar as razões que levaram à saída definitiva do armador espanhol Armas da operação da Madeira. Os socialistas também querem apurar quais as iniciativas do Governo Regional para evitar este desfecho.

Por outro lado, segundo o DN/M, nas redes sociais, os apelos à indignação coletiva pretendem que, no próximo sábado ou na próxima segunda-feira, haja manifestações de apoio à Naviera Armas.

A entrada da Naviera Armas na operação da Madeira, com a ligação a Portimão, é classificada pelo PS madeirense como uma «pedrada no charco» que terá permitido demonstrar que «com outro modelo de operação portuária e reestruturando a forma como a Região tem conduzido a questão dos transportes marítimos, seria possível tornar este tipo de transporte bastante mais barato».

Uma das questões que está a ser sublinhada pelos madeirenses no Facebook e no Twitter é o facto de a operação do ferry entre a região autónoma e Portugal Continental ter permitido baixar os preços das mercadorias que entram na Madeira.

É pois com muita tristeza que vemos terminar esta ligação marítima, que todos os domingos proporcionava a muitos portimonenses alguns momentos muito agradáveis com as escalas dos Ferrys da Armas.

Resta-nos registar para memórias futuras esta última escala, deixando um convite a todos os que gostam de tudo o que se relaciona com o mar, para que apareçem no terminal de cruzeiros e acompanhem esta última escala do VULCAN DE TIJARAFE.  

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

MEMÓRIAS - NAVIOS DE CRUZEIRO EM PORTIMÃO NO ANO DE 2001

Continuamos hoje na nossa viagem no tempo, trazendo a este espaço a recordação de navios de cruzeiros que no passado demandaram o nosso porto em viagens de cruzeiros.

 Hoje iremos debruçarmo-nos sobre as escalas realizadas em 2001, ano em que estiveram no porto de Portimão 11 navios de cruzeiros que efectuaram no seu conjunto 21 escalas.

Abaixo apresentamos as fotos desses navios, com a indicação do respectivo armador e número de escalas efectuadas em naquele ano de 2001.

P&O - AURORA - 2 escalas
Lindblad Expedition - CALEDONIAN STAR - 1 escala
Lindblad Expedition - CLIPPER ADVENTURE - 1 escala

Happag Lloyd - HANSEATIC - 1 escala
MAXIM GORSKIY - 1 escala

P&O - ORIANA - 1 escala

Compagnie Iles du Ponant - SC PANORAMA - 1 escala

Sea Cloud Cruises - SEA CLOUD II - 2 escalas

Seabourn Cruise Line - SEABOURN GODESS II - 1 escala

 Windstar Cruises - WIND SONG - 1 escala
Windstar Cruises -WIND STAR - 9 escalas

De entre estas escalas devemos dar destaque á visita do MAXIM GORKIY, paquete construido em 1969 para a companhia alemã Deutsche Atlantik com o nome de HAMBURG e, que depois de 40 anos ao serviço de diversos operadores foi desmantelado em 2009 quando foi vendido a sucateiros na India.

Merece igualmente relevo ao número de escalas efectuadas pelo Wind Star que, tal como em 2000 visitou Portimão por diversas vezes.

Igualmente o SEABOURN GODESS II que nos visitou naquele ano foi vendido a outra companhia de cruzeiros, passando a chamar-se SEADREAM II, tendo já escalado Portimão em diversas ocasiões com esse nome.

fotos : ACC e Shipparade
texto : António SIlva

sábado, 14 de janeiro de 2012

TRAGÉDIA NO MEDITERRANEO - COSTA CONCÓRDIA EMBATE EM ROCHEDO

O mundo da industria de cruzeiros foi a noite passada abalado com o trágico acidente que ocorreu junto á ilha de Giglio, na costa ocidental de Itália envolvendo o paquete italiano COSTA CONCÓRDIA, que havia partido poucas horas antes do porto de  Civitavecchia e dirigia-se  para o porto de Savona, aonde a maíoria dos passageiros iria desembarcar.

Com efeito aquele paquete da companhia Costa Crociere embateu num rochedo a 1 milha da costa em condições ainda por apurar, tendo o seu comandante decidido fazer o navio aproximar-se o mais possivel da costa para que se pudesse fazer a evacuação do mesmo, em virtude de o rombo que o navio havia sofrido por em perigo o afundamento daquele navio.


Imagens do COSTA CONCORDIA junto á costa e já com alguma inclinação

Muito embora as operações de salvamento tenham decorrido com aparente normalidade, conforme as imagens que nos chegaram, há a lamentar a perda de algumas vidas, assim como alguns feridos, havendo nesta altura algumas dezenas de desaparecidos que, ainda não foram localizados ou não responderam á chamada .
No total am a bordo 3206 passageiroe e 1023 tripulantes.



Operações de evaquação do navio

 As fotos aqui apresentadas mostram toda a dimensão daquele acidente assim como a posição em que o COSTA CONCORDIA se encontra neste momento, e que dificilmente poderá voltar a navegar.

Dimensão do rombo sofrido ainda com parte do rochedo encravado no casco







Contamos próximamente publicar mais algumas informações sobre este grave acidente que veio emsombrar a industria de cruzeiros, e por certo deixar um  sentimento de tristeza em todos aqueles que têm pelos navios de cruzeiro um grande fascínio e admiração.

texto: António SIlva

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

MEMÓRIAS - NAVIOS DE CRUZEIRO EM PORTIMÃO NO ANO DE 2000



Entre o ano de 2000 e até ao final de 2011 houve em Portimão um total de 399 escalas, feitas por  88 navios de cruzeiros.

É com o intuito de descobrirmos um pouco desse passado que inicíamos hoje um regresso a esses anos, dando a conhecer a todos os nossos seguidores e entusiastas pela temática dos navios de cruzeiros todos os barcos que ao longo desses últimos 11 anos escalaram este porto.

Em 2000 estiveram no nosso porto ou ancorados no fundeadouro da Praia da Rocha 15 navios de cruzeiros, que no seu conjunto realizaram 34 escalas.

De todas essas escalas merecem destaque as realizadas pelos navios da centenária companhia P&O  que realizaram no seu conjunto 4 escalas, assim como as 14 escalas efectuadas por navios da Windstar Cruises, com destaque para o Wind Star que efectuou naquele ano 11 escalas no nosso porto.
Igualmente a escala do pequeno veleiro Eendracht com capacidade para pouco mais uma dezena de passageiros fica registada por como um facto deveras curioso.

Abaixo apresentamos as fotos desses navios, com a indicação do respectivo armador e número de escalas efectuadas em 2000.

P&O - ARCÁDIA - 1 escala

P&O - AURORA - 2 escalas

P&O - ORIANA - 1 escala

Fred Olsen Lines - BLACK PRINCE - 3 escalas

Quark Expeditions - CLIPPER ADVENTURE - 1 escala

Croatian Cruises - DALMACIYA - 1 escala

Twaaf Provicien - EENDRACHT - 1 escala

Hapag-Lloyd - HANSEATIC - 1 escala

Black Sea Shipping -PALMIRA - 1 escala

Lindblad Expeditions -CALEDONIAN STAR - 2 escalas


Compagnie Iles du Ponant - SC PANORAMA - 5 escalas

Radisson Seven Seas - SONG OF FLOWER - 1 escala

Windstar Cruises - WIND SONG - 2 escalas

Windstar Cruises -WIND STAR - 11 escalas

Windstar Cruises - WIND SPIRIT - 1 escala

Alguns deste navios já não existem, como é o caso do WIND SONG, que vitima de um violento incendio afundou-se ao largo da Polinésia francesa em Janeiro de 2003.
Por sua vez o CALEDONIAN STAR mudou de nome e navega como NATIONAL GEOGRAPHIC ENDEAVOUR.
Igualmente o PALMIRA foi vendido a outra comapanhia sendo nesta altura um dos navios da companhia Easy Cruises com o nome EASY CRUISE LIFE

texto   : António SIlva