É já no próximo dia 19 de Abril que realizará mais uma escala no nosso porto o navio de cruzeiros Marco Polo, pelo que damos a conhecer hoje a todos os que interessam por barcos mais um pouco da sua história, num trabalho de pesquisa notável do meu amigo André Moura do (ACC) .
Categoria: ***
Operadora: Cruise & Maritime Voyages
Tonegagem: 22,080 t
Comprimento: 176.28m
Boca: 23,60m
Calado: 8,17m
Potência: 2x Sulzer Diesel 14,444kw
Velocidade de serviço: 19,5 nós
Capacidade máxima de passageiros: 950
Elementos de Tripulação: 356
Oficiais: Escandinavos
Vida a bordo: Standard
Bandeira: Bahamas
Entre 1964 e 1972, a ex União Soviética encomendou cinco navios de passageiros aos estaleiros Mathias-Thesen, em Wismar, na então Alemanha Oriental. O primeiro designado como Ivan Franko, construído em 1964 operou até 1997, o segundo Aleksandr Pushkin, entregue em 1965 e ainda a navegar, Taras Shevshenko, construído em 1967 terminando a carreira em 2005, foi o terceiro, Shota Rustaveli, que iniciou a actividade em 1968 e terminando-a em 2003, o quarto e, já na década de 70, o último desta classe Mikhail Lermontov, construído em 1972 mas que, por via de se ter afundado em 1986, acabou por ter um período de existência muito curto.
A classe Ivan Franko, como assim ficou conhecida, servia duas das principais companhias soviéticas de então, a Black Sea Steamship Co, sediada em Odessa, na actual Ucrânia e a Baltic Steamship Co, com sede em Lenningrad, actual St. Petersburgo, na Rússia.
O agora Marco Polo, o único sobrevivente da sua classe, começou a navegar com o nome de Aleksandr Pushkin para a Baltic Shipping Co no verão de 1965, fazendo uma série de cruzeiros antes de ser colocado na rota transatlântica de carreiras regulares entre Leninegrado e Montreal na primavera do ano seguinte. Destaque-se a interessante lotação do barco, 116 passageiros em primeira classe e 650 em turística… o que dá que pensar onde estaria o sentido de igualdade entre os camaradas soviéticos?! A partir de 1975 este navio realizava apenas cruzeiros e em 1979 foi alugado à companhia alemã Transocean Tours, num charter que durou cinco anos. Em 1985, foi transferido novamente para interesses russos, nomeadamente para a Far Eastern Shipping Co de Vladivostok.
Nos anos seguintes, fez cruzeiros para a CTC Lines, uma empresa britânica mas com interesses soviéticos, cruzeiros esses que ligavam a Europa à Austrália. Após um curto período em lay-up em Singapura, foi vendido em 1991 à Shipping and General (Orient Lines) e enviado para a Grécia com vista a efectuar uma grande remodelação, facto que acabou por demorar quase três anos.
Desde então, e já com o nome actual, o Marco Polo tem sido um barco muito popular junto do mercado alemão e inglês, não só pelo saudosismo que as suas linhas clássicas apresentam mas também pelos itinerários não tão convencionais que realiza.
Em 1998, a Norwegian Cruise Line adquiriu a Orient Lines mas apesar de tal situação o Marco Polo manteve intactos os propósitos que estão na base da sua operação. Em 2007, o navio foi vendido à Global Maritime of Greece, de quem foi posteriormente fretado novamente à Transocean Tours.
No presente, o Marco Polo iniciou oficialmente a 2 de Janeiro de 2010 novos cruzeiros com na sua nova operadora britânica, a Cruise & Maritime Voyages cujo principal mercado alvo será o inglês, com os itinerários a partirem com maior frequência em Tillbury, na cidade de Londres
Primeiro com nome de um dos maiores vultos da poesia russa, quer agora com o nome do grande viajante que foi o italiano Marco Polo, é sempre uma excelente oportunidade de rever no nosso porto este belo exemplar dos navios com as linhas clássicas dos anos 60/70, cada vez mais condenados a desaparecer face aos “gigantes” que são lançados no mercado todos os anos.
Fotos : Andre Moura e Bruno Rodrigues (Azores Cruise Club)
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